Envelhecimento e atividade física: análise das relações pedagógicas professor-aluno

O envelhecimento da população mundial vem se acelerando a cada ano que passa, dando mostras de que teremos um grande percentual de pessoas idosas, devido aos avanços da medicina e as mudanças de comportamento em relação à saúde e ao estilo de vida, bem como a realização de atividades físicas.

Um dos recursos para melhorar a qualidade de vida da parcela da população que está envelhecendo é incentivar a prática de atividades físicas, ou seja, fazer com que os idosos se interessem em realizar algum tipo de exercício físico, é incentivar o convívio social, minimizando o isolamento do mesmo, possibilitando mudanças positivas no aspecto psicológico e social, e em conseqüência propiciar uma melhor qualidade de vida para os indivíduos de terceira idade (MOTA, 2001).

Um programa de atividade física de qualidade faz com que o idoso perceba a existência de objetivos claramente propostos, conteúdos selecionados e estratégias durante a execução da aula. Seguindo essa ação pedagógica, evita-se alguns riscos desnecessários (D’AVILA, 1999). Neste contexto a didática e a aplicação de uma metodologia adequada é um dos aspectos fundamentais para o sucesso do programa. 

Assim, o objetivo principal desse estudo foi analisar se a metodologia e didática de ensino, utilizadas por Professores de Educação Física, durante as aulas para alunos da terceira idade, estão de acordo com as necessidades e expectativas dos participantes de grupos de atividades físicas das Praças de Esportes em Campinas.

O estudo contou com a participação de 50 idosos, com faixa etária de 60 anos de idade, sendo 48 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, os quais praticavam as atividades físicas entre 2 a 4 vezes por semana, nas praças de esportes do município de Campinas.

Através das informações obtidas nas entrevistas, acredita-se que o profissional de Educação Física encontra-se melhor preparado para lidar com esta população. Atualmente, devido a diversidade de conhecimentos destes profissionais, caracterizados por sua formação acadêmica, dentro da área de Educação Física, exigida pelo mercado de trabalho e também pela inclusão da disciplina “terceira idade” no currículo dos cursos de graduação torna-se esse profissional mais competente.

Há uma significativa satisfação dos idosos sobre a qualidade do tratamento dos professores para com os mesmos, contribuindo para a boa motivação dos alunos a continuarem seus programas de atividades físicas.  Isto auxilia de forma decisiva a melhoria dos aspectos biológicos, psicológicos, sociais e afetivos, ao assegurar as habilidades básicas executadas no cotidiano, ao influenciar positivamente a manutenção da autonomia, tão importante para essa população, e por fim, ao possibilitar melhoria da qualidade de vida dos idosos.

 Ao considerar o contexto social e econômico em que essas pessoas estão inseridas, identifica-se que a maioria dos freqüentadores das praças de esportes não apresenta condições financeiras para usufruírem de academias ou clubes particulares. Tal aspecto pode influir significativamente sobre o resultado do trabalho, visto que  expressavam satisfação sobre a adequação dos materiais utilizados em aula e a qualidade da relação entre professor e aluno.

 

Referência Bibliográfica

Falsarela GR, Salve MGC. Envelhecimento e atividade física. Análise das relações pedagógico-professor-aluno. Integração. Ensino, pesquisa e extensão. USJT, n. 47, p 346-350, 2006.

 

Gláucia Regina Falsarella
Profa Dra. Mariângela Gagliardi Caro Salve